quinta-feira, 10 de julho de 2008

Ecletismo projetivo

Ecletismo Projetivo De todos os fenômenos parapsíquicos, a projeção da consciência se destaca como aquele onde a alma aparece mais desnuda perante a realidade espiritual. Por isso, a Projeciologia é uma área com um imenso campo de estudos. É natural portanto, que surjam pesquisadores com enfoques diferentes em cima do mesmo assunto. Dependendo do condicionamento psicológico do estudioso, é óbvio que ele direcionará suas opiniões a favor do sistema (filosófico, científico ou religioso) que lhe seja mais simpático. Por exemplo: - O parapsicólogo vê a projeção como um fenômeno paranormal relativo à capacidade cerebral do sujeito, descartando qualquer influência espiritual sobre o mesmo. - O espírita vê a projeção como um fenômeno mediúnico e isso gerou o equívoco de se acreditar que a projeção só ocorre se o projetor receber ajuda dos espíritos desencarnados. Isso não é verdade, pois embora os espíritos possam ajudar, a projeção é capacidade anímica da própria pessoa. - O ocultista vê a projeção como um potencial oculto do ser humano e que só pode ser ativado mediante algum processo iniciático. Inclusive, alguns atrelam o processo projetivo a rituais variados ou a iniciações espirituais em alguma confraria secreta. Isso gerou o equívoco de se acreditar que só consegue se projetar conscientemente quem estiver ligado à alguma sociedade esotérica. Obviamente que isso não corresponde a realidade. Já encontrei muita gente projetada fora do corpo que não era iniciada em coisa alguma. Por diversas vezes vi minha mãe projetada, e olhe que ela não acredita nisso e ainda é protestante. Também já vi vários animais projetados e eles não tem grau iniciático nenhum. - O iogue vê a projeção como um fenômeno místico ou como um dos sidis* (poderes). Isso induz ao erro de se achar que o projetor precisa da orientação de um guru experiente ou de que deve levar uma vida ascética. Porém, isso não é necessário. Podemos ser projetores conscientes e morarmos na cidade, participando ativamente dos eventos diários da vida moderna. E o guru de que precisamos é o "BOM SENSO" de vivermos corretamente. Se o amigo leitor quiser buscar a ajuda de algum mestre na projeção, que busque então alguém de confiança: seus amparadores extrafísicos! - O católico vê a projeção sob o ângulo da dualidade. Considera uma coisa divina, um verdadeiro milagre, quando acontece com alguém de dentro da igreja, como nos mostra os relatos da Hagiografia*. Entretanto, fora do âmbito da igreja é considerada como coisa do diabo. Inclusive, na época da inquisição muitos projetores foram parar na fogueira acusados de serem bruxos. Felizmente as fogueiras da intolerância religiosa foram apagadas há três séculos atrás. Contudo, ainda existem as fogueiras psicológicas, onde quando não se entende um fenômeno parapsíquico se diz logo que é algo diabólico. Ou, como gosta de dizer o padre jesuíta Oscar G. Quevedo (duble de parapsicólogo): "Ninguém sai do corpo, isto é obra do subconsciente da pessoa". Na Hagiografia**, que é a biografia dos santos católicos, encontramos vários relatos de bilocação física, que é quando o corpo espiritual, projetado fora do corpo humano, materializa-se, sendo percebido por outras pessoas e podendo até, em certas circunstâncias, realizações materiais como se estivesse no corpo físico. Há relatos desse tipo de experiência invulgar ocorridos com Alphonse-Marie de Liguori (Santo Afonso de Liguori; 1696-1787), Antônio de Pádua (Santo Antônio de Pádua; 1195-1231), Maria de Agreda (1602-1665), José de Anchieta (Padre Anchieta; 1534-1597), Pio de Petralcina (Padre Pio; 1887-1968), Francisco Xavier (São Francisco Xavier; 1571), Clemente I (Papa São Clemente; século I) e vários outros. - O protestante é mais radical do que o católico. Não há conversa possível. Segundo sua crença, a projeção é coisa do diabo. Nem adianta lhe explicar que até na Bíblia há referências sobre a projeção. Como se observa, as opiniões sobre a projeção são bem diversas, e isto sem contar aqueles que nos chamam de malucos por estudarmos tal assunto. Em vista de tudo isto, é que preferi seguir um caminho eclético, sem nenhuma espécie de "cabresto psicológico" me ligando a doutrinas ou esquemas de qualquer natureza. Meus conhecimentos sobre a Projeciologia são baseados em quatro fontes principais: As minhas próprias projeções: a minha primeira projeção consciente ocorreu aos quinze anos de idade em abril de 1977. De lá para cá, já vivi muita coisa extrafisicamente. Logo, não sou um teórico da projeciologia, sou um projetor! O estudo técnico dos livros de Projeciologia: praticamente leio de tudo dentro da área . Sou um devorador de livros e tenho uma ótima biblioteca sobre o assunto. A minha parte técnica está afiadíssima, mas nem por isto acho que sei bastante sobre a projeção, e muito menos relegar a parte espiritual por causa da parte técnica. As orientações dos amparadores extrafísicos: boa parte do que sei me foi ensinado fora do corpo pelos amigos espirituais. A abertura das capacidades parapsíquicas: além de projetor, sou também um sensitivo. Procurei desenvolver em mim mesmo tudo o que fosse produtivo espiritualmente. Desenvolvi razoavelmente a clarividência, a mediunidade, a intuição e a exteriorização bioenergética. Logo, recebo muitas informações extrafísicas, mesmo estando na vigília física ordinária, pelos canais intuitivos, mediúnicos ou telepáticos. Então, sendo projetor-pesquisador há muitos anos, recomendo aos aspirantes a projetores conscientes que procurem ter uma mente aberta, sem preconceitos e um coração generoso na abordagem dos temas projetivos. Como diz nosso amigo espiritual Rama: "Que o caminhar do buscador seja coerente, pois nas trilhas da Espiritualidade só consegue sucesso quem tem os passos luminosos, o coração brilhante e a alma cheia de amor." * Os sidis são os poderes parapsíquicos desenvolvidos pelos iogues. Ver "Teoria e Prática da Projeção Astral" de Anthony Martin (Ediouro; p.28) e "Los Yogas Esotéricos" de Ramiro A Calle (Ed. Edaf; Espanha). ** Futuramente pretendo lançar um trabalho referente às projeções dos santos católicos.

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